quinta-feira, 30 de março de 2017

Sobre a fusão a frio

Em 23 de Março de 1989 Martin Fleishmann e Stanley Pons teriam divulgado ao mundo uma das descobertas com maior potencial tecnológico e científico de todos os tempos: a fusão a frio. Os alquimistas estariam de volta!

De acordo com a ciência atual, acredita-se que para que as reações de fusão nuclear ocorram, é necessário aquecer um meio (um plasma) contendo deutério a uma temperatura da ordem de um milhão de kelvin. Esse número poderia ser menor, dependendo da densidade ou tempo confinamento desse meio, mas em todo caso sempre envolveriam temperaturas muito mais elevadas do que a temperatura ambiente. 

À época, muitos cientistas chegaram a acreditar na autenticidade dos resultados. Nada mais nada menos do que Julian Swinger, prêmio Nobel e lendária figura na física chegou a submeter um artigo dando embasamento teórico para a descoberta. Seu artigo foi recusado, o que teria levado Swinger à época a sair da sociedade americana de física.

Hoje ainda há alguns cientistas que continuam acreditando nos resultados da fusão a frio. No entanto, a ciência "mainstream" já clássifica a fusão a frio como "ciência patológica" e dificilmente um governo aprovaria verba para pesquisa nesta área.

Ao que tudo indica, há boas evidências contra a fusão a frio. No entanto, seus proponentes, incluindo Fleishmann e Pons, não se retrataram apesar de terem enfrentado um duro opróbrio da comunidade científica do "mainstream". Depois disso, ainda foram apoiados pela Toyota para continuar sua pesquisa, mas aparentemente não chegaram a resultados conclusivos.

Algo me faz suspeitar que nem todo conhecimento e tecnologia desenvolvidos pelas empresas se tornam públicos. Estariam as indústrias à frente das Universidades não só em termos de tecnologia, mas de conhecimento científico?

Nenhum comentário:

Postar um comentário